Conheça a história da Festividade do Divino Espírito Santo de Moju.
CÍRIO
Conta a estória popular que um dia, à tardinha, quando um senhor chamado Antônio Dornelles estava na ponte de sua fazenda avistou algo brilhar à margem do Rio Moju, que lhe chamou atenção e logo, mandou um de seus escravos averiguar qual objeto produzia tal brilho. O escravo retirou então da lama um objeto dourado em forma de pomba, que logo foi identificado como a pomba do Divino Espírito Santo. Antônio Dornelles de posse da Pomba do Divino mandou confeccionar uma coroa de prata para colocar a Pomba, e erigindo uma pequena capela que logo se tornou centro de animação da fé do povo mojuense.
Na visita do bispo de Belém, Dom Frei Miguel de Bulhões, Dornelles propôs ao Bispo que daria suas terras ao Divino Espírito Santo se ali fosse erigida uma freguesia, proposta que muito agradou o bispo que, então, erigiu a freguesia em junho de 1754.
No domingo pela manhã os veículos fazem o percurso inverso até a cidade, onde o círio prossegue com as pessoas caminhando pelas ruas. Muitos são os romeiros que participam pagando promessas, pedindo ou agradecendo graças, entre elas destacando-se crianças vestidas de anjos, pessoas carregando velas, etc. A procissão prossegue até Matriz onde há o encerramento com a missa, e logo após o almoço no salão paroquial.
E na tarde desse mesmo dia, levanta-se o mastro.
Levantamento do Mastro
A semana inteira acontece às novenas e o arraial. As novenas são organizadas pelas várias comunidades existentes na cidade, cabendo à equipe paroquial organizar para cada noite um tema ligado com a caminhada da igreja. As novenas não se reduzem somente à semana da festa.
Círio Fluvial
Uns vinte dias antes da festa são organizados novenas nas famílias tanto do interior quanto na cidade, para isso a Igreja conta com dezoito grupos, chamados de evangelização, que vão de casas em casa fazendo as celebrações. Também antes da semana da festa um grupo de senhoras realiza a folia, pela parte da madrugada, visitando as casa com a Coroa ou com a bandeira do Divino. Elas se dizem bem recebidas a prova disso são os donativos (dinheiro) que o Divino recebe.
Simbologia da Coroa do Divino
Existem em Moju, duas Coroas do Divino. Uma menor que o povo reconhece como a mais antiga e cuja pombinha seria a tal que Antônio Dornelles viu brilhar a margem do Rio Moju. A segunda dita a mais nova, é bem maior e na bandeja tem uma inscrição datando de 01 de novembro de 1878, sendo que o mandante desta confecção foi o senhor Queiros. Ambas são de prata com a pomba de ouro (segundo populares), de uns trinta e cinco centímetros de largura por cinquenta de altura onde em cima, num globo está uma pomba dourada. Nas coroas é notório o envelhecimento e o mau uso visto que são varias as danificações apresentadas.
Também populares contam que as coroas eram muito mais ornadas, devido vários roubos elas estão somente com as pombinhas de ouro. O cetro de ouro e pombinhas que rodeavam as coroas e que eram ditas de ouro foram roubadas. Até a década de oitenta as esmolacões eram realizadas com as duas Coroas, uma indo para a região do Alto Moju e outra para a região do Baixo Moju..
"Informações extraídas do TCC do Pe. Adamor, que foi pároco de Moju"
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